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Do g1 - O apresentador e chef de cozinha Edu Guedes, de 50 anos, passou por umacirurgia para remoção de um tumor no pâncreas no último sábado (5), em São Paulo. A descoberta aconteceu após uma crise renal, que levou à realização de exames mais detalhados. O caso chamou atenção para um tipo de câncer silencioso e letal: o de pâncreas.
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A doença, segundo especialistas ouvidos pelo g1, é uma das mais agressivas entre os tumores sólidos e frequentemente é diagnosticada em estágio avançado.
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“Apesar de representar apenas 3% dos tumores sólidos, o câncer de pâncreas tem uma das maiores taxas de letalidade”, explica o oncologista do grupo Oncoclínicas e coordenador do conselho da Americas Health Foundation, Stephen Stefani.
O que é o câncer de pâncreas?
O pâncreas é um órgão localizado atrás do estômago, na parte superior do abdômen, e tem funções essenciais: produzir hormônios como a insulina e enzimas que ajudam na digestão. O câncer no órgão surge a partir de mutações em suas células, que passam a se multiplicar de forma desordenada e, com frequência, se espalham para outros órgãos — processo conhecido como metástase.
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Segundo o oncologista Elge Werneck, da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, os principais tipos são o adenocarcinoma (mais comum e agressivo) e os tumores neuroendócrinos (mais raros e menos agressivos em muitos casos). “O adenocarcinoma é responsável por mais de 90% dos casos e tende a responder mal ao tratamento”, afirma.
Sintomas são vagos e surgem tardiamente
O câncer de pâncreas costuma ser silencioso nos estágios iniciais. Quando os sintomas aparecem, é comum que o tumor esteja avançado. Entre os sinais mais relatados estão dor abdominal persistente, perda de peso repentina, fraqueza, perda de apetitee icterícia (pele e olhos amarelados).
“Os sintomas são inespecíficos. Muitas vezes o paciente só descobre quando o tumor já comprometeu outros órgãos”, diz Stefani.
Quem está mais em risco?
De acordo com os médicos, os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são:
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- Tabaggismo.
- Obesidade.
- Diabetes tipo 2 de longa data.
- Pancreatite crônica.
- Histórico familiar da doença.
- Mutação genética BRCA2 (a mesma associada a alguns tipos de câncer de mama).
“Mesmo pessoas sem esses fatores podem desenvolver a doença, mas eles aumentam significativamente o risco”, alerta Werneck.
Doutor em cirurgia pela USP e cirurgião do Hospital Nove de Julho, Rodrigo Surjan destaca que a incidência da doença tem aumentado em pessoas mais jovens, especialmente entre 25 e 40 anos.
“Ainda não se sabe as causas desse aumento, mas ele é real. Há 30 anos, era praticamente impossível ver câncer de pâncreas em pessoas com menos de 70 anos. Hoje, embora ainda incomum, é mais frequente. Os motivos podem ter a ver com qualidade da alimentação --cheia de ultraprocessados, por exemplo-- e obesidade”, explica Surjan.