Foto/Reprodução
Do G1 - A bactéria Staphylococcus aureus, que matou a universitária Dâmilly Beatriz da Graça, de 18 anos, em Blumenau, em Santa Catarina, é uma das mais presentes na pele humana. Apesar disso, ela coloniza grande parte da população sem causar reações.
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Infectologista Sabrina Sabino explica que os efeitos podem se agravar quando há algum tipo de ferimento na pele. Por isso, a prevenção passa, antes de tudo, pelo cuidado com a higiene (veja mais abaixo).
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O microrganismo, segundo ela, entra na circulação e faz com que o paciente desenvolva uma síndrome chamada sepse, "que faz diversas alterações inflamatórias no corpo" e que "pode ser extremamente grave".
É necessário, conforme especialistas, cuidado na limpeza de cortes e outros machucados, além de atenção especial na hora de realizar procedimentos invasivos, como tatuagens e piercings.
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"Você está fazendo lesões diretas na sua pele. Se eu sou colonizada pelo Staphylo, existe a possibilidade dessa bactéria entrar na circulação e fazer alguma lesão mais grave", explica Sabino.
Antes de passar por cirurgias, ela também orienta a "consultar o médico a respeito de exames para saber se a pessoa é ou não colonizada por essa bactéria".
Higiene e atenção
Para Sabino, é necessário estar atento a cortes e infecções que parecem comuns. A médica Ana Escobar complementa que é importante lavar com água e sabão as mãos e o local lesionado por cortes, pequenos acidentes, espinhas, etc.
“Se saiu sangue, é preciso lavar com água e sabão, sempre o melhor desinfetante, e ficar de olho se começar a aparecer algum sinal de infecção”, ensina.
Sabrina Sabino explica que, às vezes, uma pequena infecção pode se tornar uma erisipela e que, "se não tratada de uma forma adequada, se não for realizado exames para identificar que bactéria é essa, a gente não tem tempo hábil de iniciar um tratamento adequado".
"Ela é potencialmente grave, mas primeiro a gente tem que alertar a população que a grande maioria das pessoas possui essa bactéria no corpo, e ela não vai fazer absolutamente nada se você tiver um bom mecanismo imunológico, uma boa barreira especifica da pele", afirmou Sabino.
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Como tratar?
O tratamento contra os estafilococos, assim como para todas as outras bactérias, se faz com antibióticos. No entanto, para cada bactéria utiliza-se um antibiótico específico. Somente o médico pode avaliar qual receitar.
No caso da infecção generalizada, os médicos avaliam o quadro da pessoa constantemente e realizam exames clínicos para identificar o tipo de bactéria. Os hospitais já têm protocolos estabelecidos para os casos de sepse.
A bactéria, conforme a infectologista Sabrina Sabino, tem algumas nomenclaturas, entre elas a MRSA, que tem resistência a antibióticos como meticilina e penicilina. "Isso faz com que alguns antibióticos mais comuns não sejam capazes de tratar essa infecção", informou.
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Relembre o caso:
Uma jovem de 18 anos morreu por complicações de uma superbactéria em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, no início desta semana.
Estudante de biomedicina, Dâmilly Beatriz da Graça contraiu o microrganismo através de uma acne do rosto, segundo nota divulgada pela mãe dela, Daniela Veiga, nas redes sociais.
"Minha filha foi atingida por uma bactéria agressiva e de difícil reversão (Staphylococcus aureus). Gerou uma infecção generalizada e ocasionou falência múltipla dos órgãos", escreveu.
A morte ocorreu no fim da tarde de segunda-feira (12). Daniela se manifestou sobre a perda da filha na noite de quarta-feira (14), dois dias depois.