Como analisar uma morte por envenenamento, como pode ter acontecido com a estudante Fernanda Cabral, de 22 anos – supostamente intoxicada pela madrasta, Cíntia Mariano -, sem sangue, urina ou vísceras?
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Quem explica como deve ser o processo de exumação e investigação no corpo da jovem – que morreu no dia 27 de março -, é o perito e professor de medicina legal da Uerj, Nelson Massini.
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“Em casos de envenenamento em que não se tenha sangue ou vísceras para analisar, é possível fazer o recolhimento de ossos, cabelos e unhas, que são partes do corpo com muitas células de crescimento onde os venenos se depositam. Isso é facilmente identificável”, explica.
Massini reitera ainda que essa dinâmica vale para todos os tipos de venenos.
“Mesmo que a morte não tenha sido produzida por chumbinho, qualquer outra substância tóxica vai ser detectada nesses tipos de células. Eles vão colher amostras, colocar em um aparelho chamado Pewq, que faz a pesquisa por cromatografia e espectrometria de massa, e vai indicar todas as substâncias contidas nela. Se houver algo estranho, ele determina se a morte foi por veneno, pesticida ou medicamento”, diz.
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Mortes antigas também podem ser analisadas
Massini lembra ainda que a polícia pode tentar recorrer a alguma amostra de sangue de Fernanda que tenha ficado no hospital onde ela foi atendida, e que a mesma metodologia de exumação serve para investigar mortes muito antigas.
“Vi que a pessoa é suspeita de outras duas mortes no passado. Provavelmente a polícia vai pedir a exumação desses corpos também e, mesmo que sejam muito antigas, um pedacinho de osso ou cabelo vai identificar se a causa da morte foi envenenamento ou não”, diz.
A Polícia Civil vai pedir à Justiça a exumação do corpo de Fernanda Cabral para análise no Instituto Médico Legal (IML).
A 33ª DP, que investiga o caso, também vai apurar o possível envolvimento de Cíntia Mariano, a madrasta, em outras duas mortes, do ex-marido e de uma vizinha.
Cíntia Mariano: ela foi presa — Foto: Reprodução
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Suspeita de env€nenamento
As suspeitas sobre a morte de Fernanda Cabral no dia 27 de março - cuja morte foi atestada como sendo por causas naturais - , só surgiram quando o irmão dela, Bruno, de 16 anos, começou a passar mal depois de um almoço na casa da madrasta, no dia 15 de maio.
No local, ele reclamou de ter recebido um feijão amargo e com algumas pedrinhas azuis. Em casa, com mãe, e já se sentindo mal, reclamou e falou sobre o alimento.
Veja reportagem completa direto do G1
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