Nordeste
Estudante passará por nova cirurgia após acidente que deixou sequelas no rosto
O acidente resultou no afundamento de face, perda de parte da pele da testa e de uma das sobrancelhas

Publicado em 23/07/2021 17:11 - Atualizado em 23/07/2021 17:11

Foto/Reprodução


Após passar por cirurgia para a remoção de resquícios de vidro e de asfalto no rosto, em decorrência de um acidente de ônibus no trajeto Piauí-Salgueiro, a universitária Kedydja Borges vai passar por novo procedimento na região facial. Desta vez, a estudante de 20 anos vai receber enxertos de gordura na testa, no nariz e na sobrancelha, as três regiões mais afetadas com o acidente, no intuito de amenizar as cicatrizes no rosto. 
 
O procedimento vai acontecer dentro de um mês, no estado de São Paulo, local onde a jovem passou pela cirurgia de remoção do caco de vidro no nariz há cerca de um mês e que, segundo ela, dificultava sua respiração. “Já estou ansiosa para fazer os novos procedimentos cirúrgicos para me livrar dessas marcas no meu rosto”, disse. A estudante também aguarda o julgamento da liminar, previsto para acontecer na próxima semana, pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que a autorizou a fazer o tratamento cirúrgico para correção das cicatrizes no rosto.
 
Petição
 
De acordo com a assesoria da estudante, uma petição será encaminhada à Delegacia de Orocó, no Sertão de Pernambuco, solicitando a instauração de um inquérito policial, com o objetivo de apurar as causas do acidente e identificar possíveis culpados. 
 
Caso a solicitação não seja atendida, o presidente da OAB-RS e criminalista Ricardo Breier, que também está atuando na defesa da estudante, deve notificar formalmente a Corregedoria de Polícia de Pernambuco para que seja instaurado o inquérito policial e feitas as diligências. 
 
“Estranhamos que não tenha havido ocorrência policial, tampouco previsão de oitiva (depoimento) da vítima”, disse o criminalista.  Ele reforçou que a estudante tem o direito de ser assistida judicialmente no processo investigatório e que "aguarda que sejam adotadas as providências cabíveis para que se instaure o inquérito policial". De acordo com o criminalista, "isso é urgente para que as provas não se fragilizem e que o caso corra sérios riscos de prescrição". 
 
O advogado Eduardo Barbosa, que também atua na defesa da universitária, também encaminhou uma representação ao juiz da 1ª Vara Cível de Salgueiro, segundo ele em repúdio a "uma proposta encaminhada formalmente por um representante da seguradora Essor Seguros, que ofereceu R$ 10 mil a título indenizatório para a vítima". Ele acrescentou dizendo ter sido necessário recorrer à Justiça para que a empresa de transporte, a Viação Progresso, começasse a dar assistência à vítima, iniciando com acompanhando psicológico até os procedimentos cirúrgicos.
 
Acidente
 
No dia 16 de novembro de 2020, Kedydja voltava de uma viagem do município de Picos, no Piauí, onde nasceu, para Salgueiro, onde reside. A estudante, que cursa Engenharia de Produção na Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), decidiu deixar os pais na cidade natal para onde havia viajado para votar nas eleições municipais e retornar para Salgueiro dois dias antes do combinado com a família. 
 
Faltando menos de duas horas para chegar em casa, o ônibus capotou na estrada de Orobó, no Sertão pernambucano, e todos os passageiros sofreram ferimentos, inclusive Kedydja, que teve lesões graves. Ela contou que o cinto de segurança não a segurou do impacto e ela foi arrastada, caindo com o rosto no chão. “Fui jogada embaixo do ônibus e fui arrastada. Gritava de dor. Um desespero”, recorda. 
 
O acidente resultou no afundamento de face, perda de parte da pele da testa e de uma das sobrancelhas. Além disso, a jovem perdeu a cartilagem do nariz, dificultando a sua respiração e o campo de visão do olho direito.


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