Nordeste
Irmão de jovem morta afirma que relação com criminalista envolvia traições e agressões: 'sabia que isso iria acontecer uma hora'
Com quase 30 anos de diferença entre Késia e Luiz, o irmão diz que advogado nunca quis assumir ela como namorada mesmo em dois anos de relacionamento

Publicado em 19/10/2021 09:15

Foto/Reprodução


Do BNews - Um dos irmãos de Kesia Stefany da Silva Ribeiro, de 21 anos, relatou ao BNews que a relação dela com o advogado criminalista, Luiz Meira, foi marcada por brigas com agressões e que este ano ela já teria sido levada para um hospital por ele com um ferimento no pé causado por uma discussão. 

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“Ele não tinha controle no momento da raiva, os dois brigavam. No ano passado ela acabou rasgando o pé, eu estava presente e quando começou a sangrar, ele simplesmente mudou o comportamento, começou a chorar e fomos levar ela para a emergência do Hospital Geral do Estado (HGE)”, explicou o familiar, que prefere o anonimato com medo de represália.

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O homem disse que depois desse episódio se afastou e nunca mais retornou à casa do criminalista por reprovar o comportamento e estar cansado das brigas do casal, causadas especialmente por ele mexer no celular dela. “Fiquei com medo, ninguém entendia esse ciúme doentio e parei de ir. Que adianta ir para aquele lugar em frente ao mar, com piscina e não ter paz?”, questionou. 

À reportagem, o irmão disse que acontecia traição de ambos os lados, o que aumentava cada vez mais as desconfianças e brigas, no entanto, não se largavam.

Vistos no show de Zé Vaqueiro, no último sábado, em uma barraca de praia, horas antes do feminicídio, o familiar reforçou que os conflitos ocorriam muito em virtude do consumo de álcool e eles chegavam a trocar socos. 

[ Irmão de jovem morta afirma que relação com criminalista envolvia traições e agressões: 'sabia que isso iria acontecer uma hora']

“Ela sempre voltava para ele, quando terminavam. Ele saía de Salvador e ia para Feira de Santana buscá-la, conhecia nossa família, mas também deixou de vir quando em uma das brigas na nossa casa, ele saiu queimado, pois ambos saíram sangrando. Então, ela só ia para a capital e implorava para que eu ou um outro irmão nosso fôssemos com ela, dizia que tinha medo de ficar sozinha com ele”, lamentou. 

O irmão afirma não acreditar em tiro acidental e classifica a forma em que o disparo aconteceu como intencional em um dos “surtos” de raiva dele. “Já sabia que isso iria acontecer uma hora, ela já era independente e, por mais que a gente desse conselho, ela tinha liberdade para fazer o que queria, ficando com ele mesmo com agressões. No fundo, era previsível isso acontecer. Ele deu um tiro embaixo do queixo, atravessou o crânio, ela está com a mandíbula toda quebrada, isso não é acidental”, crava.

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Diferença de idade 

Com quase 30 anos de diferença entre Késia e Luiz, o irmão diz que advogado nunca quis assumir ela como namorada mesmo em dois anos de relacionamento. “Minha irmã conhecia e convivia com os amigos dele, ele também vinha aqui em casa, mas moravam separados. Foi uma decisão dele e ela achou melhor também por ir conhecendo o temperamento dele, então ela ficava em Feira dia de semana e ia para Salvador aos finais de semana. Ele advogado, bem sucedido e ela só era uma menina, tinha acabado de se formar no ensino médio quando conheceu ele em 2019”. 

Desesperança 

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O familiar admite que vai aguardar a justiça divina e lamenta sobre a posição do judiciário em que pessoas, como o criminalista, réu primário, cumprem muito pouco a pena ou respondem em liberdade. “Ele é um psicopata, matou ela com muita crueldade e, infelizmente, a gente sabe como funciona o sistema, daqui a pouco está livre”. 

Késia foi sepultada em Feira de Santana nesta segunda-feira (18) e a família vai buscar as medidas legais logo após o enterro.  


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