Brasil
Prefeitura de SP gasta mais de R$ 500 mil do orçamento em salário-esposa

Publicado em 07/01/2020 13:43

Foto/Reprodução


A prefeitura de São Paulo desembolsou R$ 553.650 em 2019 com o salário-esposa, benefício pago a servidores homens que são casados ou vivem com mulheres que não trabalham. Em 2020, a previsão é de gastar mais R$ 455 mil com o auxílio, de acordo com a autorização publicada no Diário Oficial no dia 31 de dezembro. Apesar do montante, o valor pago a cada servidor é de R$ 3,39.

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O benefício foi criado em 1979, com o Estatuto dos Funcionários Públicos do município. No estado, a lei é ainda mais antiga, de 1968. Mas, segundo o governo estadual, o auxílio não é pago “pelo menos desde 1990”. Dois projetos de lei na Câmara Municipal tentam revogar o texto, e advogados pedem ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para suspender o benefício.

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Na Câmara Municipal de São Paulo, atualmente 15 servidores recebem o auxílio, no valor de aproximadamente R$ 7 por mês, segundo a casa. No ano passado, a Câmara gastou R$ 1.607,31 com a assistência.

Na prefeitura, o valor pago é ainda menor, no entanto, quando é pago a cerca de 10.700 servidores, entre ativos e aposentados, sai meio milhão aos cofres públicos. Em um cenário de cortes em diversas áreas nos últimos anos, “todo dinheiro faz diferença”, avalia a professora do Programa Avançado em Gestão Pública do Insper, Mariana Almeida.

“Todo real da prefeitura é uma escolha que você faz. Esse está no campo das pequenas escolhas para o conjunto do orçamento, mas mesmo sendo pequena, não se justifica”.

Para a especialista, o problema não é só este benefício específico, mas todo o processo de como se dá a remuneração dos funcionários da prefeitura. “São penduricalhos que vão sendo criados no pagamento dos servidores”. Almeida explica que, além do caráter anacrônico da lei, o valor pago ao servidor não é um gasto que melhore a gestão, já que o funcionário não irá se engajar na sua função por receber esse benefício.

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