Dica de Viagem
Praia de Galinhos (RN) tem belezas naturais ainda pouco exploradas; conheça
Gente simpática e calorosa recebe os visitantes com um sorriso largo e o sotaque típico do nordestino.

Publicado em 26/04/2019 09:10

Foto/Reproducao


Galinhos é um destino turístico despretensioso e não tem a infra-estrutura dos grandes roteiros de viagem. Não tem museus, nem local de compras, mas tem garça azul e uma parede de sal, que de longe se passa por neve.
 
O município de Galinhos fica em uma península, um braço de terra que avança sobre o mar em uma área de 342 km², com cerca de 2300 habitantes. Gente simpática e calorosa recebe os visitantes com um sorriso largo e o sotaque típico do nordestino.
 
Para chegar a Galinhos, saindo de Natal, o turista precisa pegar a BR-406. São 2 horas de viagem (170 km) até o estacionamento da Prefeitura, onde os carros ficam estacionados. Desse local pra frente, só é possível seguir de barco ou de carro 4x4 pela praia. ( Assista a reportagem ao final dessa matéria ) 
 
foto: Ana Muller/Divulgação
foto: Ana Muller/Divulgação
 
No barco é possível conhecer um pouco mais de Galinhos. O manguezal, que está presente na maior parte desse litoral, é o berçário de caranguejos, ostras que se fixam nas raízes do mangue formando grandes cachos e aves, como as garças brancas e azuis. Em meio à vegetação, desponta uma imensa montanha branca que se diferencia na paisagem.
 
“Esse sal é extraído diretamente da água do mar. Eles pegam essa água que temos navegando, jogam em um canal gigante e depois de três meses, quando tudo se evapora, eles colhe. Chega nesse estado aqui são os cristais de sal, ou cocada de sal”, explica o guia turístico José Antônio de Miranda Junior.
 
Os turistas ficam encantados. “Nunca vi nada parecido, parece neve. Se tivesse um casaco de pele, um gorro, dava para tirar uma foto e dizer que estava na neve. É lindo, fantástico”, relata a enfermeira Nathaly Phillips Davi.
Por causa da grande quantidade de sal na água, quem mergulha boia automaticamente. Isso acontece por causa da maior densidade da água. É nessa água super salgada que pode se encontrar um peixe diferente, o peixe-morcego. Ele tem a pele áspera e conserva duas patinhas em meio ao mangue. A região de mangue também é riquíssima em cavalo marinho, de inúmeras cores e tamanhos.
 
Durante o passeio, do barco para o buggy, o guia Mario Elisson da Silva Lima explica a origem do nome da cidade: “Antigamente era pescado bastante peixe-galo, mas os pequenos, chamados de galinhos. Depois, descobriram a praia de Galos também que eram pescados os peixes-galo do alto, peixe-galo grande. Aí ficou: ‘hoje vamos pescar nos galinhos, amanhã nos galos grande. Hoje o município de Galinhos é a sede e a o vilarejo de Galos, Praia de Galos, o distrito”.
 
Seguindo em direção ao Parque de Dunas, o visitante descobre outras espécies precisando de proteção: os caranguejos perdidos nas dunas. “Eles ficam perdidos, querendo retornar para o manguezal e não conseguem. Esse é o período de reprodução, o período de andada dos caranguejos. A maioria aqui são fêmeas, então estão todos perdidos na duna. Vamos recolher para colocá-los no habitat natural deles”, explica Mario Elisson.
 
Adiante, os cata-ventos gigantes do parque eólico chamam a atenção. Há três anos os aerogeradores começaram a ocupar as Dunas do Capim, em Galinhos. São ao todo 71 aerogeradores distribuídos em dois parques eólicos.
 
O guia Elisson conta como a população de Galinhos recebeu a novidade: “No início foi um choque para a população. Não foi aceito, pois eles iam colocar todo o parque eólico no Parque de Dunas, não deixando o nosso acesso. Mas aí tivemos várias reuniões, chegando a um consenso, até que eles realocaram algumas torres, deixando uma parte do Parque de Dunas pra que a gente pudesse explorar com o turismo, trabalhar. E assim chegamos a um consenso e hoje está tranquilo”.
 
Como o vento é muito forte, chegando a 40 kmh, é bom proteger os olhos e a boca, mas se a ideia for a prática de esportes, como o kite surf, aí é só curtir.
Além do barco e do buggy, outro popular meio de transporte em Galinhos é o “burro taxi”. O passeio até o farol, pela praia, dura pouco mais de uma hora e custa R$ 30 por pessoa. O roteiro não é indicado para quem tem problemas de coluna, já que balança muito.
 
Quem pode, aproveita a paisagem e se delicia com o pôr do sol no fim de tarde. Quando o cansaço bater, a dica é descansar em uma das redes disponíveis nas varandas dos quartos, oferecidos pelas pousadas da cidade.
 
Galinhos. Foto: Pousada Iaciara
 
As pousadas são simples, mas confortáveis. Por causa da água salgada, elas costumam ter água mineral para um banho mais refrescante. Ainda assim, quem dispensa os atrativos de uma cidade grande, se apaixona por Galinhos.
“É maravilhoso, é o paraíso. Quero voltar! Precisa ter disposição para caminhar, para conhecer. Não precisa ter muita coisa não. A pessoa precisa estar disposta a não exigir muito, só isso”, diz a aposentada Lilian da Silva Ferreira.
 
 
Do site do Jornal Hoje


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