Atenção
Cuidados ao dar seu nome para irmão, cunhado ou amigo fazerem empréstimos
Não é fácil negar ajuda a uma pessoa próxima

Publicado em 17/10/2019 11:00

Foto/Reprodução


Se um parente ou amigo pede o seu nome emprestado para fazer compras ou um empréstimo, o que você faz? Aceita imediatamente, pede para pensar ou nega?

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Levantamento com consumidores feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que, entre 805 entrevistados, em todas as capitais do país, 36% já haviam feito compras com nome de terceiros nos 12 meses antes da pesquisa.

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Entre os consumidores que responderam, o cartão de crédito foi o mais pedido (74%). Em seguida, aparecem crediário (13%), financiamento (10%) e empréstimo bancário (9%).

Não é fácil negar ajuda a uma pessoa próxima. Mas, antes de aceitar, é preciso refletir bem para que você também não acabe se complicando financeiramente, segundo especialistas em educação financeira.

Responsabilidade é de quem empresta

Se alguém entra em contato pedindo seu nome para um empréstimo, é evidente que a pessoa não está em boa situação financeira e é possível que não consiga arcar com o pagamento, sobrando para você. Afinal, a responsabilidade pelo pagamento será sempre de quem está com o nome no contrato.

Por isso a orientação é não emprestar, segundo Camila Viana, superintendente da Cercred, empresa de recuperação de crédito.

José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, diz que, se concordar em emprestar, saiba se a pessoa realmente está em uma situação difícil.

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"Existem situações e situações. Há pessoas sérias, com dificuldades momentâneas, muitas vezes por questões de saúde, por exemplo", afirma Vignoli. "[É melhor] emprestar em uma situação em que efetivamente julgue que seja necessário. Medir quanto aquele dinheiro vai fazer falta a você e entender o que levou a pessoa a chegar àquela situação."

Informe-se

Se quiser emprestar, é preciso buscar informações para minimizar riscos e não ser surpreendido. Camila Viana orienta a buscar o histórico da pessoa, saber se ela costuma fazer esse pedido com frequência, se está desempregada ou tem alguma renda.

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Pergunte a razão do pedido, por que a pessoa não está em condições de pedir o empréstimo, se está com o nome sujo, quanto dinheiro será necessário e para que será usado.

Caso aceite emprestar, combine previamente como e quando o dinheiro será devolvido.

"É melhor deixar apalavrado porque, mesmo que não dê certo, você tem argumentos para cobrar sem constrangimento", afirma Vignoli.

Camila Viana lembra também que é preciso avaliar se você terá condições de arcar com o empréstimo, caso a pessoa não pague.

Não responda imediatamente

O educador financeiro afirma que, muitas vezes, a pessoa é pega de surpresa com o pedido e aceita sem refletir. Ele recomenda, porém, pedir uns dias para pensar na proposta.

Vignoli afirma que, além de ganhar tempo para decidir se deve ou não emprestar o nome, isso pode desestimular o empréstimo.

"Muitas vezes a pessoa que pede dinheiro já está acostumada a fazê-lo. Ela vai pelo caminho mais fácil. A partir da menor dificuldade [como o pedido de tempo para pensar], ela vai procurar em outro lugar", diz.

Não fique constrangido em negar

Caso opte por negar, não há necessidade de constrangimento. Vignoli aponta que quase metade das pessoas (49%) que disseram que já pediram o nome emprestado afirmam que não emprestariam seu nome, entre os entrevistados pelo SPC Brasil.

Ou seja, quem usa desse expediente muitas vezes sabe dos riscos envolvidos e que não é uma situação fácil.


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